Parabéns!!!

Sim, minha Nina!
Onde quer que esteja, hoje é seu dia. Não deu para comemorar, não foi um dia tão feliz, tão alegre, porque você não está aqui.

Sei que, mesmo que estivesse, você não entenderia essas minhas palavras... mas, com certeza, entenderia meu amor, carinho, cuidados e atenção. Você foi muito amada. E ainda é.
Tantas coisas que eu fazia para você, para te agradar, que você nem sonhava... para você, uma cachorrinha, tanto fazia ter isso ou aquilo, comer isso ou aquilo, mas eu ia a loucura e tentava dar tudo do bom e do melhor. Melhor mesmo. Tentei te salvar. Gastei muito. Até hoje amargo dívidas, e até sei lá quando vou amargar. Mas não me arrependo. Foi por você, foi por amor à você. Mas como disse, cachorro não tem noção disso. Fizemos por vocês, mas na verdade é para nos agradar. Na verdade, funciona como um bebê, que não sabe de nada mas os pais querem sempre fazer o melhor que podem.

Mil desculpas por tantas promessas não cumpridas (que especificarei em outro post, como o divâ, a casinha de sapo, a suíte só para ti no novo apto). Todas essas promessas não puderam ser concretizadas pela sua precoce partida.

Desculpas também pela minha falta nos últimos dias, que te deixei "jogada" naquele "hospital" (se é que dá para chamar assim agora que conheço melhor!), você se pensasse com certeza achou que eu havia abandonado. Sentiu minha falta. Perdão por isso também, me culpo até hoje. Se eu não tivesse te deixado lá, você não se engasgaria, não morreria. Mas, quem sabe, sofreria mais em vida. Ou não, talvez houvesse cura para sua doença, se tivesse sido diagnosticada corretamente.

Mas voltando às promessas...

Entre as promessas que não deram tempo de cumprir, está sua festa dos seis anos que você completaria hoje. Talvez, a festa não fosse hoje, porque estou em São Paulo para batizar a Theodora. Mas, com certeza, se você estivesse viva, o batismo da Theodora não seria nessa data. Eu reservaria esse dia só para você. Me desculpa, sei que faltei com festinha no seu quarto e quinto ano. Em ambos a "mamãe" estava na correria dos trabalhos na Assembleia e, no ano seguinte, em Santa Rosa. A mãezinha não morava, estava acampada. E contigo. Sabes bem que, em apenas pouco mais de cinco anos e meio de vida, morastes em 8 casas diferentes, em seis cidades. Que estresse, não?
Penso que muitas vezes a vida que te proporcionei, apesar de feliz, foi tão estressante que te causou esse tumor no cérebro. Me perdoa. Por isso, pelas promessas não cumpridas, pelo amor que não pude dar, por não ter conseguido fazer o suficiente para te salvar.

Tenho tantas outras certezas, minha meNina pequeNina caNina amada, em relação ao meu amor e cuidados. Mas tantas dúvidas em relação ao que aconteceu.
Além de não ter atestado de óbito, tem o fato de que o diagnóstico da cinomose só foi falado (não tenho provas), até porque os exames deram negativo. Mas você foi tratada para isso. E, diferentemente do que a veterinária falou, o laudo da necropsia não apresentou cinomose. Ou seja, a única certeza que tenho é de que não foi disso que você morreu. Mas foi de quê? Talvez tenha sido do tumor, mas não foi algo para o qual você foi tratada. E a questão de se engasgar, o pulmão parar e dar as duas paradas cardíacas? Como posso provar isso? Nada está documentado, não existe laudo, não existe nada. Nem, ao menos, uma tentativa de explicação.

Eu ainda sofro muito. Você faz falta. Mas um dia isso vai pássar, vou me acostumar, confortar... o problema é que culpa, dúvida e revolta não passa. Incertezas matam...


Bem, para me despedir neste seu dia que está acabando, receba o meu afetuoso abraço, aconchego, carinho, beijos, amor, brincadeiras onde quer que esteja. Sinta o meu amor. Desculpa também pelo que fizeram com o seu corpinho na necropsia (eu não sabia que era assim tão desumano, que você seria esquartejada, que viraria um resto, uma carcaça apenas), mas enfim... você não habitava mais ele. E na morte, somos todos iguais, humanos e animais, um pedaço de carne sem vida. Um dia eu estarei como você e as nossas "partes" boas e eternamente vivas se reencontrarão.

Sabe, eu ia colocar hoje uma foto aqui que estou há dias para postar. Mas hoje seria o dia ideal. Mas ela é do celular e não está no cartão, tá salva no aparelho e não tenho como baixar agora.
Eh uma das fotos que tenho contigo na cama.
Para dizer quanto sinto tua falta, de dormir contigo. Tanta que, estou dormindo com seu travesseiro. Ele tem seu cheirinho, o que me conforta todas as noites, quando choro e quando não choro também. O cheirinho que você tinha nos últimos meses, o cheirinho do seu remedinho que escorria pela boca e secava em seus pelinhos. Coisa boa. Era o seu cheirinho final que eu recordo com tanto amor e carinho.

Eh, estou doente. Estou mesmo. Triste, deprimida. Pela sua partida e mais ainda pela forma, sem explicações...

TE AMO, VOU TE AMAR PARA SEMPRE! VOCÊ FAZ FALTA!
QUE SEJA LINDA SUA FESTINHA DE ANIVERSÁRIO AÍ NO CEU. TODA FELICIDADE DO MUNDO QUE VOCÊ TEVE E QUE NÃO TEVE AQUI COM ESSA SUA MÃE.

ah, hoje comprei um são francisquinho para colocar no seu oratório, junto com suas cinzas e suas coisinhas... Ele é lindinho. E é um são francisquinho criança, lindo. vai ser o companheiro das tuas cinzas que amo tanto. que me fazem sentir tua presença lá em casa.

LAMBEIJOCAS SOFRIDAS E SAUDOSAS