domingo, 17 de fevereiro de 2013

Cinomose?


Desde o final de novembro, eu achava a Nina meio estranha. Ela não mostrava evolução na fisioterapia.
E ela parecia sempre mais fraquinha, abatida. Sei que ela ainda não estava caminhando, seu retorno dependia do resultado da fisioterapia. Mas não era só isso. Mãe sabe, mãe convive todos os dias. Ela não estava normal. Mesmo paralisada, ela tinha um ritmo, uma agitação, empolgação de viver, etc e tal. E ela tava perdendo esse brilho no olhar. Ela estava regredindo. Parecia que estava desanimando, desistindo.
Lógico que não me passou pela cabeça qualquer outra doença que fosse, muito menos sua prematura morte. A única coisa que me passava pela cabeça é que eu dizia quando a levava a fisioterapia, que não estava havendo melhora. Que isso não podia ser normal. Dizia que ela estava mais abatida, estranha. Mas enfim, eu era leiga. Não sou veterinária. Mas eu sou (era) a mãe da Nina. Eu sabia que aquilo não era normal. Mas que vergonha de ficar insistindo. Alegar o quê numa hora dessas?

Primeiramente, a ideia é que em um mês ela já começasse a dar os primeiros passos, levantar, fazer os exercícios da fisio sem os equipamentos de estimulação da musculatura. Com esse problema da reação alérgica, pensei que pudesse adiar mais um mezinho que fosse. Então, até o Natal, eu esperava a recuperação dela. E daria um lindo e maravilhoso presente para ela (vou falar nisso na postagem sobre as promessas que não pude cumprir, frustração e planos que tinha para ela e que foram interrompidos).

Bem, na primeira semana de dezembro, tive de viajar a trabalho. Então deixei ela internada na Terra dos Bichos, clínica do dr. Guilherme, e contratei um táxi de cachorros para pegá-la lá e levá-la para a fisioterapia. Cheguei de viagem numa quinta-feira, peguei ela e achei ela muito estranha. Parecia que ela estava ficando mais paralisada. Não só as patas traseiras. Parecia que estava "subindo". Tudo começa a piorar.
Na sexta, meu marido estava de férias e levou a Nina na fisio. Então ele voltou e me falou que as vets desconfiaram de cinomose. Coletaram material para fazer os exames.
Na segunda-feira seguinte, levei ela para fisio. As vets me explicaram da suspeita, dos sintomas característicos. Me explicaram que teríamos de parar de fazer a fisio por um tempo e tratá-la da cinomose.
Fiquei com muito medo, chorei muito. Foi horrível. Eu já achava que ela morreria. Mas me tranquilizaram. Cinomose é curável. Li muito sobre a doença na internet, coisa e tals.
Não lembro direito, mas acho que levei ela na quarta-feira de novo, dia 12/12, se não me engano. Nesse dia nem fizemos fisio. Aliás, foi nesse dia que falei com ela. Na segunda, quem havia levado a Nina tinha sido meu marido.
A partir dali é que ela parou de fazer fisioterapia, lembro-me que naquela tarde ela ficou lá tomando soro e começamos com uma medicação power pra cinomose, baseada em muitas vitaminas, principalmente a B. Tinha líquidos, pozinho para colocar na comida, etc. Muita medicação mesmo.


 Tadinha. Ela não conseguia comer direito, nem levantar a cabeça do travesseiro. Só ficava em uma posição, de um só lado. Ela tinha dificuldade para tomar água e para comer. Eu até pensei que ela tinha perdido alguns dentes, porque ela não conseguia mastigar. Então passei a dar somente as carinhas em sachê para ela. Coisa mais amada. Ela comia desesperadamente. O único sintoma da doença que ela nunca teve foi a falta de apetite. Foi um caos. Pupilas dilatadas, com uma cara de louca total. Teve os dias dos vômitos. Foram umas três vezes só. Sempre que eu chegava em casa eu via aquilo (aliás, não sabia distinguir se era vômito ou diarréia). Ela nunca fazia quando eu tava em casa. Uma noite, ela fez na minha cama. Bem pouco. Eu passava todos os dias lavando os cobertores dela, que as vezes ela não aguentava me esperar e fazia xixi e cocô na cama. Eu vivia em função dela. Teve uma vez que eu não almocei a semana toda. Isso que eu já não tomo café da manhã. Eu só fazia uma refeição por dia, a janta. Do final de outubro até dezembro, eu havia perdido 5kg. Bem, foram-se 5kg, que eu tava precisando, e milhares de reais. Se fosse só isso, tudo bem. Nunca imaginei que eu perderia o meu bem mais precioso, minha paixão, minha amada, minha filhota...
Nessa época, a correria era tanta e eu tinha tanta confiança e certeza de sua melhora, que não fiz muitas fotos, nem vídeo da sua condição deplorante de demência. Tadinha. Mas enfim, aqueles três vômitos passaram e os olhos de louquinha foram passando.

Tenho a impressão que levei ela lá para as vets antes do Natal, uma vez. Para dar uma "checada" nela. Isso, na quinta-feira antes do final de semana de Natal. Quarta ou quinta. Não tenho certeza.
Nesta última consulta, contei a vet Ale que eu estava muito feliz porque no fim de semana anterior ao do Natal eu estava em Pelotas.
No sábado à tarde, minha melhor amiga de infância Layla, foi me visitar. E comentou da cara de louca da Nina (olhos esbugalhados, pupilas dilatadas). Foi tudo muito horrível.
Mas no domingo, qual não foi minha surpresa, a Nina estava ótima. Sem aquele olhar de doida, que nunca cheguei a registrar. Incrível, incrível mesmo. À tarde, a Layla voltou novamente, porque iria junto comigo a Porto Alegre, onde pegaria o ônibus de volta a Passo Fundo. A primeira coisa que ela disse foi: nossa, como a Nina está boa! Melhorou muito! A impressão que eu tive, ela teve também. Sério, me enchi de esperanças.Ela passou toda aquela semana melhorzinha. Continuava com dificuldade para comer e não se levantava, mas... enfim... já não tinha mais cara de demente. Apesar de ainda estar (nem contei ainda sobre a histeria e alucinações).
  A dra. Ale me disse que ela estava melhorando, que deveria levá-la de volta para a fisioterapia depois do reveillon. Que eles estariam em férias durante este período. Fechou todas. Eu viajaria neste período também. E que período, só não foi o pior de todos, porque o pior de todos foi a perda da Nina.

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