domingo, 17 de fevereiro de 2013

O adeus que não pude dar



Na quarta-feira (16/01), dia da partida da Nina, eu estava no tabelionato assinando uns documentos para o pai quando recebi um torpedo da dra. Paula, nele dizia que ela havia tido uma piora e que a dra. havia sido chamada para examiná-la. Já desatei em prantos. O que será que pode ser a piora de um cãozinho que só mexe os olhos e o rabinho?
Eu sabia que algo de muito ruim aconteceria.
Ela disse que me ligaria para avisar. Não entendo porque eu não peguei o carro e fui direto para lá, para acompanhar, ver. Que burrice... e só hoje, mais de um mês depois, que me toquei disso. (dããã, para mim!).
Eu me atrasei para o trabalho, porque demorei no tabelionato. Logo que cheguei, recebi a ligação da dra. Paula. Ela disse que a Nina teve um pneumonia aguda. Que ela ficou sem ar, foi entubada, tiraram raio-x, mas que o pulmão já estava todo branco, ou seja, iria parar de funcionar. Ela só me resumiu tudo dizendo: "vem dar tchau, mãezinha".

 Não conseguia parar de chorar. Não teria condições de ir dirigindo até lá. Então, o meu colega Rogerinho se prontificou para me levar...
Cheguei lá e fiquei esperando muito tempo na recepção. Tempo mesmo. Para mim, parecia uma eternidade. Tinha medo de como seria, vê-la morrer... Achei que não aguentaria!
Por fim, encontrei a vet Paula que "largou" que ela se engasgou? Engasgou? Estranho né? Acho que porque ela estava comendo sozinha... ou seja, meu medo da morte dela era porque ela não comeria, mas com  o apetite que ela tinha, vontade de viver e como comia desesperadamente, mas com dificuldade, com certeza que iria se engasgar. Por isso, o choque de todos e surpresa com a morte dela. Ela não morreu da doença. Ela tinha chance de cura sim.
A dra. Paula chegou e eu perguntei e ela disse que ela já tinha ido, apenas confirmou.
Ela falou que já tinha sido avisada que eu havia chegado, mas bem na hora a Nina teve uma parada cardíaca. Parece que soube que eu cheguei, ficou aliviada. Reanimaram ela e qd a dra. tava indo me chamar, foi chamada de volta, porque ela tava a segunda e última parada cardíaca. Foi fatal. Partiu.

Eu esperei mais um pouco. Levaram o corpo dela para uma sala de consulta (onde ela foi consultada a segunda vez pela dra. Paula). Lá eu vi ela, parecia viva. Ainda tava quentinha e molinha. Se não fosse a boca meio entreaberta e rígida, e a língua roxa (sintoma de quem morre por falta de ar). A dra. mandou eu me preparar porque ela estava de olhos abertos. Isso não foi nada. Pior foi pensar que no dia anterior, ela sedadinha, parecia morta. Porque ela também dormia de olhos meio abertos, coisa mais estranha. Sempre alerta, parecia!!!
Abracei, beijei, fiz fotos da minha princesa. Eu não queria desgrudar do corpinho dela. Não queria deixá-lo ir, apesar de saber que ela já não habitava mais ele, que ela já tinha ido para a terra dos anjinhos de quatro patas.


 As dras. Paula e Ale estavam juntas comigo na sala e perguntei: "ela morreu engasgada?". A paula explicou que provavelmente sim, que ninguém viu nada. Só viram ela passar mal pelas 11h, ficou sem ar, então foi entubada. Mas se o pulmão parou de funcionar, parou de ir oxigênio para o coração e o mesmo também parou. Aquele baita coraçãozinho!!! Tão pequeno e sensível. Mas tão cheio de amor, lealdade, cumplicidade, inocência!!!

A dra. Paula explicou que os exames da miningite foram conclusivos e deram negativo. E que não sabia como os da cinomose deram negativo. Diante disso, da dúvdia, que sempre foi isso que me matou, me indignou, me deixou nervosa, eu solicitei a necropsia. Ficou acordado assim. Ela me avisaria quando o corpo estivesse liberado para a cremação. Outro capítulo bem longo dessa história. A Nina me deu ainda baita preocupação, transtornos e decisões mesmo depois de morta. Mas tudo valeu (valeu) a pena!

Sei que sexta-feira (18), quando eu deveria buscá-la para trazer para casa, foi o dia que fizeram a necropsia. Saí correndo do trabalho para vê-la pela última vez, antes do crematório buscá-la. Me atrasei porque o dono do crematório ficou me dando várias explicações, muito úteis. Saí correndo, fui para casa pegar o carro, liguei para o hospital pedindo para segurar o cara que eu tava indo. Cheguei lá e ele não pode esperar, havia saído há cinco minutos, mas... por fim... foi tudo providencial. Até não sei se não foi de propósito, para eu não ver o estado que ela estava.

Desejei que o mundo tivesse acabado no dia 21 de dezembro, para todos termos ido juntos! E não agora, somente a Nina! Aliás, dia 21 foi o dia da piora dela!!!

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