domingo, 17 de fevereiro de 2013

O período da piora sem volta


Bem, o terrível período foi um sábado pela manhã, antes do Natal, em que acordei e a Nina estava muito mal. Mal mesmo. Deu uma recaída total. A cara de louca, as pupilas e olhos esbugalhados, sem falar no pescoço, estava completamente duro. Ela não mexia, não levantava a cabeça nada, nadinha. Ela só mexia os olhos e o rabinho, de felicidade, mas em câmera lenta. O engraçada, que ela não perdia o apetite. Era muita vontade de viver. Ela não se entregava, era forte, praticamente um Highlander. Inacreditável.
Por isso, eu acho que as vets não quiseram sacrificá-la antes disso. Nem eu. Muita gente dava opinião, diziam que eu tinha de interromper o sofrimento dela. Eu não quis fazer ela sofrer, eu só quis dar a ela mais uma chance, duas ou três, quantas fossem necessárias para vê-la forte, correndo, brincando. Sem falar nos latidos, que há muito ela não latia. Apenas chorava, agonizava de dor. Aquele chorinho baixinho e desesperado. Também tinham os gritos de histeria, quando ela tinha alucinações que estava sendo atacada, mesmo que eu só chegasse perto para fazer um carinho. Ela me mordeu várias vezes.
Tinha as madrugadas que ela me acordava de hora em hora, a partir das 4h da manhã, com seus chorinhos. Cada uma das vezes eu levantava e providenciava algo, seja comida, bebida, xixi, coco, remédio. Ou o que mais ela estivesse precisando.

Naquela manhã, começou cedo também, pelas 8h eu já estava em pânico. Pela terrível piora. Encaminhei um torpedo desesperado para a vet Ale, que me ligou. Me passou contato de uma clínica veterinária em Pelotas. Precisava de alguma que tivesse internação para cinomose. Coitada da bichinha, era discriminada como se tivesse alguma lepra, aids ou sei lá o quê.

Então levamos ela a dra. Ângela, que medicou e pediu que voltássemos lá à noite. Voltamos, acho que a dona não gostou muito que a residente/estagiária aceitou tratar a cachorrinha com cinomose. A dra. Ângela falou ainda que a cinomose é uma espécie de Aids, não mata, mas baixa a imunidade até o bicho morrer de outra coisa! E deu um jeito de se livrar de nós. Então como não podíamos deixar ela internada. A dra. Ângela nos indicou outra clínica, que oferece internação com isolamento. Fomos até lá, no dia seguinte, digo, na segunda-feira, 24. (acho que tudo que falei do sábado, foi no domingo. sábado ela tava piorzinha e no domingo não resisti, fiz o meu "escândalo" de sempre, de pavor) .

Mas lá na nova clínica, o doutor Humberto mudou toda a medicação, com urgência! Trocamos tudo, compramos tudo novo. Ele achou melhor não internar porque ela tinha apetite. Várias vezes essa foi a definição para não interná-la, ela não precisaria de soro, não corria o risco de desidratar.
E, em casa, ela teria meu carinho, meu cuidado, o medicamento na hora certa (a hora que fosse), e a comidinha na boquinha, de carninha em carinha, não tinha como ela comer sozinha!!! Jamais! Até a água tinha de dar de injeção, porque ela já não bebia muito.
Tadinha da minha meNina pequeNina!!!
Que dó, que dó, que dó!
Ela tava daquele jeito. Não melhorava e nem piorava. Mas eu tinha esperança que melhorasse. Até comentei com o meu marido que era estranho... se tinha de melhorar, já teria de ter melhorado! Mas isso eu já achava estranho no final de novembro. É como se eu pressentisse que o tróço tava degringolando!
Agora, que ela se foi, fico imaginando o quão louca todos me achavam por carregar para lá e para cá aquela cachorra demente, que mexia apenas os olhos e o rabinho! Mas para mim ela era a Nina de sempre. E, logo logo, estaria bem. Ao mesmo tempo, tenho orgulho do meu amor e dedicação por ela. Ela me fez tão feliz, por esse tempo. Era meu dever e responsabilidade lutar por ela. Até o fim. Sem dar trégua.


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